Vereador relata que houve enriquecimento ilícito, favorecimento em concurso público e licitação direcionada
Marciane Hences
No dia 05 de abril, na sessão da Câmera de Vereadores, fazendo uso do grande expediente, que é um espaço de 06 minutos, onde cada vereador coloca suas opiniões e trata aquilo que é de anseio da comunidade, o vereador Roberto Felin Júnior teria denunciado casos de corrupção na atual Administração Pública Municipal. Segundo o vereador, o mesmo vinha recebendo uma cobrança muito grande da população para que tomasse providências, ainda que em forma de aviso à Administração. ” O que eu trouxe à Câmera de Vereadores não era uma opinião minha, particular, e sim, a cobrança dos frederiquenses de que havia enriquecimento ilícito na administração municipal”, declarou Roberto Felin Júnior em entrevista à nossa equipe.
Em nota oficial divulgada pela assessoria de imprensa da prefeitura de Frederico Westphalen na sexta-feira, 8 de abril, o Prefeito José Alberto Panosso comunicou a interpelação judicial contra o vereador Roberto Felin Junior. De acordo com a nota, José Alberto Panosso, com base nas acusações proferidas na Câmara de Vereadores e suas declarações divulgadas na imprensa, entrou com ação judicial para que o vereador trouxesse a juízo as provas da acusação de enriquecimento ilícito de pessoas do Executivo. Conforme Panosso, as “acusações feriram a honra” de sua administração. A interpelação é um procedimento preparatório para a propositura de ação adequada a espécie.
Entrevista- Vereador Roberto Felin Júnior
RobertoFelin Júnior-As denúncioas que eu fiz naquele espaço, eram denúncias da comunidade de que haveria enriquecimento ilícito, favorecimento em concurso público, licitação direcionada e perseguição a funcionários.Entretanto, o que mais me preocupa é que a interpelação veio da pessoa física do prefeito, José Alberto Panosso. Se utilizar de uma estrutura pública para uma interpelação judicial é crime de Improbidade Administrativa, porque quem paga aos assessores de imprensa para divulgarem isso, quem paga o horário no qual ele deu entrevista em uma emissora de rádio aqui do município é o contribuinte, o cidadão frederiquense.
Política Contemporânea: Essas perseguições a funcionários, tinham caráter partidário?
Roberto Fellin Júnior: Eu acredito (e quero acreditar) que não se tratava de vinculação partidária, porque a partir do momento em que a pessoa se torna um servidor público da prefeitura, ela deve estar desvinculada do partido, pelo menos naquele espaço onde exerce seu trabalho.
Política Contemporânea: Houve outras tentativas da sua parte, para esclarecer esse caso?
Roberto Felin Júnior: Tentei conversar com o prefeito em outras ocasiões, mas não consegui. Hoje, se eu pegar a Constituição Federal e rasgá-la, no outro dia eu sou taxado de louco. Dessa forma, se eu não tomasse uma atitude, seria o mesmo que estar rasgando o Artigo 29, inciso VIII da Constituição Federal, que trata da inviabilidade da palavra. E eu não abro mão de exercer meu direito como vereador, caso contrário, é uma ditadura.
Política Contemporânea: O que você espera que seja feito?
Roberto Felin Júnior: Agora, eu espero no mínimo que haja uma investigação da administração municipal. O fato de não haver corrupção não significa que não tenha que ter uma investigação. O que eu espero é que o Chefe maior do Executivo, o Senhor prefeito, realmente tenha interesse em saber se existe corrupção ou não em sua administração. Eu tenho documentos que comprovam o que eu falei. Portanto, é necessário que se faça essa investigação, e espero que isso seja feito pelo respeito que eu tenho pela pessoa do prefeito.